sábado, 3 de novembro de 2012


Li o editorial de 25/10/2012 e não concordo com ele. Quando falamos em meio ambiente até os leigos se manifestam confundindo ambientalismo (defesa do meio ambiente) com ecologia, que é um termo científico que estuda as interações entre os organismos e seu ambiente, ou seja, é o estudo científico da distribuição e abundância dos seres vivos e das interações que determinam a sua distribuição. No entanto, o projeto inicial de Belo Monte tem, sim, 30 anos, mas foi pouco debatido, inclusive, nada debatido com as populações que ali vivem ou viviam. Quando fala de prudência demasiada dos ecologistas, não se trata de achismo, trata-se de doutores e mestres que estudam e dedicam suas vidas a estudos e pesquisas, tudo baseado cientificamente. Discordo também que o Brasil precisa ofertar ao investidor energia. Por isso, estamos fazendo Belo Monte, Santo Antônio, Jirau, Estreito e o complexo de Tapajós. Era de se imaginar que, com tantas tecnologias disponíveis para geração de energia, temos que ofertar energia hidráulica ou que, sem hidrelétricas, a opção seria reativar as onerosas e altamente poluidoras usinas térmicas. Penso que o achismo é bastante tendencioso. Outra barbaridade é dizer que temos dois modelos de exploração dos rios da Amazônia: um que terá como prioridade a produção de riqueza e emprego na região onde são instaladas as usinas. Outro, para estudar a biodiversidade. Como assim? Riqueza e emprego? Após a finalização da obra, onde vão trabalhar os mais ou menos 5 mil operários? Sem falar de suas famílias. Belo Monte está na área de abrangência do município de Altamira, que será diretamente beneficiado com o empreendimento. Isso é um equívoco, dados mostram o aumento da criminalidade, como roubo, furto e estupro. Outra barbaridade é afirmar que a usina é um laboratório vivo do desenvolvimento e conhecimento. Em Belo Monte, haverá o maior centro de pesquisa da América Latina em biodiversidade. Isso é o que importa. Isso é o que importa? Isso é apenas uma condição do licenciamento ambiental da obra, é apenas uma reparação no estrago que a usina Belo Monte fará naquela região. Isso é uma condicionante para a obtenção do licenciamento. A energia será para as indústrias mineradoras, e Belo Monte, na maior parte do ano, funcionará com baixa potência gerando 40% apenas. (Igor Doyle - igor.doyle@gmail.com)

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